vácuo
Sep 20, 2021
Silêncio.
Vazio no peito, no ventre e no gesto.
Eu falo, mas não sou ouvida.
1, 2, 3 vezes. O olho está na tela.
Eu calo e sou esquecida.
A conversa vem dentro daquilo que já nasceu morto.
Ninguém fala e hoje em dia, nem o digitar faz barulho.
“Quer conversar?” 1, 2, 3 vezes.
Serei ouvida ou o silêncio ensurdecedor de olho-tela selará o vácuo da distância performática da ruptura?
Quente, a lágrima começa a molhar o travesseiro ao toque do primeiro ronco, todas às noites há dias.