transitoriedade.

neurose y palavras.
2 min readOct 17, 2023

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eu ando um tanto cansada da superficialidade com que as pessoas tem vivido suas histórias, sabe?
todo mundo tem estado ocupado demais com qualquer coisa automatizada ou na correria do cotidiano.

acho que a gente embrutece na vida adulta e vai perdendo a sensibilidade de observação das sutilizas da vida, sabe? esquece de se questionar se tem aproveitado a vida apesar dos pesares, o que tem sido importante nos últimos anos? o que tem te feito feliz? mas é feliz de verdade.
eu não tô falando de realização profissional ou acadêmica. tô falando da sutileza da vida mesmo…

quando foi a última vez que você sentiu a alma preenchida de felicidade?
que tu sorriu feito besta e sentiu teu corpo adormecer de euforia? quando foi a última vez que tu pode observar um bebê dando risada e sentiu ternura? a útilma vez que tu tomou um banho de rio/mar que tu pediu mentalmente que aquele momento ali não acabasse nunca? e quando foi a última vez que tu observou a natureza e se sentiu grato por poder experienciar a vida daquele jeito? ou qualquer coisa que te deixe feliz sem envolver coisas materiais nesse percurso? é esse tipo de felicidade que te pergunto.

estou cansada de me relacionar com pessoas que não percebem a importância da contemplação da sutileza cotidiana, sabe?
um cansaço de pessoas que só tem um tema monótono de diálogo: relações afetivo-sexuais frustradas, sem dinheiro pra isso ou aquilo ou que só chamam para rolês que se conectem com qualquer coisa, menos a sutil. ou pessoas que só sabem ver os desastres e complexidade da vida. tô exausta! gente, é sério que a vida é só isso?!

talvez, eu tenha tido mais tempo ocioso do que eu gostaria pra poder analisar esse tipo de questão, mas quando foi que a gente embruteceu e esqueceu que um abraço cura muitas coisas? quando foi que a gente esqueceu que dá pra se divertir sem se entorpecer de qualquer coisa que faça a gente sair desse momento contemplativo de somente observar o afeto fluir?

eu sei que o corre de todo mundo tá gigantesco, mas parar um pouco e observar as sutilezas da vida também é cura.

que a humanidade aprenda a refazer a retomada para o simples. que a gente entenda que o tempo passa e quando perceber não terá mais algumas coisas para contemplar as coisas fora dos nossos muros internos.

que (re)aprendamos logo que ver o um rio seguir seu curso natural é magnífico. que ver a natureza em sua plenitude é curativo para toda e qualquer mazela mundana. que o simples se torne o mais importante de ser experienciado.

o dinheiro no banco, as contas a pagar, os diplomas, os trabalhos até tarde, as correrias cotidianas… tudo é transitório

tudo passa,

atentemo-nos.

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Written by neurose y palavras.

escrevo como quem manda cartas de amor.

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