sublime êxtase.
O toque, o carinho, o afago nas almas que se encontraram por intermedio de atravessamentos decodificados que escolheram trilhar na companhia um do outro, as danças da vida cotidiana.
A mão adormecida que descansa sob meu corpo, as pernas que buscam um entrelace, o encaixe corporal certeiro, as risadas que se fundem e nos alegram mais ainda me fazem acreditar que isso aqui é experienciar um pedacinho do céu.
Nem nos meus maiores sonhos de amor romântico adolescente pensei que pudesse viver um amor desse. E, aqui decidimos ser livres e aproveitar todo amor que houver disponível para nós. Decidimos que alçaremos novos vôos quando quisermos mas poderemos voltar para casa, nos abraçar e nos aconchegar no instante que nos permitirmos. Não poderíamos ter nos dado melhor presente, apesar de desafiador.
Quando desfrutamos do nosso sublime êxtase nos permitimos devaneios profanamente seguros, autênticos e respeitosos. Podemos falar a coisa mais absurda que seremos olhos e ouvidos abertos sem julgamentos. Criamos o lugar sagrado para abrir a vulnerabilidade daquilo que somos e descobrimos que é exatamente isso que faz nos amar a cada dia um pouco mais.
Tirar as sandálias para andar no solo sagrado do outro e “um amor assim de pés descalços dança muito melhor no instante do que na eternidade” foi e, segue sendo o maior aprendizado das relações que pudemos partilhar esse tempo que estamos juntos.
Sinto que já vivi 50 anos (que moram dentro de 4 anos) ao lado do meu grande amor. E, sigo querendo descobrir o que temos para aprender juntos e separados, o que ainda conquistaremos, o que a vida nos guarda de bom nos próximos tempos. Aos poucos o que sonhamos juntos tem sido construído e se materializado, porém o mais importante segue sendo o amor, o cuidado e principalmente a paz que é amar e ser amada.
Que saibamos nos mimosear, nos aconchegar, admirar as coisas sutis e partilhar um com o outro, nos cuidar mais, nos amar mais, estar em paz dividindo uma cama, umas dívidas e uma família linda.
Pode parecer um texto piegas e tudo bem se parecer, eu não me importo. Só eu e você sabemos do que sentimos quando estamos deitados na nossa cama de madeira escura no nosso quarto com a luz apagada e imaginando qualquer mundo colorido ou um dia de sol numa cachoeira… Eu não me importo de parecer uma jovem recém apaixonada mesmo depois de estar morando junto e passando tanta coisa que já vivenciamos juntim.
Te diria sim mil outras vezes às 8 da manhã de um meio da semana dividindo um colchão de solteiro no chão do meu antigo quarto. Te diria sim outras mil vezes com o lacre do leite do nosso café da tarde no meu dedo. Te diria sim mil outras vezes sob um rio de água gelada num sol do Norte. Te diria sim outras mil vezes dividindo um edredom pequeno para que a gente durma a noite inteira bem coladinhos. Te diria sim mil outras vezes dizendo que te amo no meio da gargalhada compartilhada por qualquer besteira que eu ou você tenhamos falado. Te diria sim outras mil vezes no Mar Casado de mãos dadas com você, sentindo as ondas nos fazerem dançar a dança das marés vendo um pôr do sol e sentindo o gosto do teu beijo salgado. Te diria sim outras mil vezes vendo a gente dar risada e conversar besteira com a nossa infanto juvenil. Te escolheria mil vezes para partilhar as minhas vulnerabilidades e meus sentimentos.
Eu te escolheria outras mil vezes! Mil vezes sim! 💕