processo construtivo.
confortavelmente
dorme-se
antes de mim
antes de nós
legitima o descanso
irradia conforto
mas será que eu tô confortável?
não sei
o não-lugar não me é atrativo,
não mais...
gosto de saber que
sou desejada e querida
ao mesmo tempo que há distância
existe a proximidade
que dá contorno
talvez eu não esteja mais
acostumada
com o construir
ele tem me deixado nervosa
ele ri comigo
me convida
me insere no cotidiano quando estamos juntos
tem perguntado sobre
o que eu penso e sinto
me escuta
y
me acolhe no seu modo
quando não estamos
é gradual, lento
construído
é diferente e complexo
"complexo é uma palavra que não diz nada e ao mesmo tempo diz muito"
bailando na sinfonia do sono
me pego escrevendo
pensando em mil coisas
em mil afetos
quando eu poderia só aproveitar
eu quase sempre
quero estar aqui
mas quando estou,
me dá medo
nunca sei o que esperar
por quê?
antes convites regados a luxúria e prazer
dão espaços a convites de dengo e sono
respeita-se o meu Sagrado
me abraça do seu jeito
quase nada carinhoso de olhos abertos
mas que dá contorno
ao que se é respeito y afeto
tem reinado com leveza
é o mínimo que não precisou ser pedido
há carinho quando os olhos da vulnerabilidade estão abertos
durante o sono
y
em algum grau
existe o
encaixe.
3 de dezembro de 2024, às 00:03h. escrito ao som dos latidos de da duplinha embaçada sob o vigiar de qualquer encarnado ou desencarnado que passava na rua.