O que eu espero das minhas relações?

neurose y palavras.
2 min readApr 2, 2020

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Hoje, eu enxerguei que durante toda minha vida fiz força para caber nos planos de alguém.

Essa força começou na relação pai-filha, onde sempre tive que reivindicar validação de sentimentos e a busca incessante para estar sempre presente na vida de alguém para que eu possa me sentir alguém.

Hoje, me deparo com este ciclo se repetindo e repetindo diversas vezes para que eu continue me sentindo este alguém e enxergo que esta busca me causa um angústia inimaginável. Ando trilhando caminhos de tentar parar de fazer parte dos planos dos outros para ter meus próprios planos e eu me convidei ao questionamento: quais são os meus planos? E eu não faço a mínima ideia além de saber que quero meu diploma, mas não contava com a interferência de uma pandemia.

Pandemia esta que está me fazendo lidar, buscar, compreender e fazer as pazes com as partes em mim que eu nego, escondo e recalco desde que me entendo por gente. Ela anda tendo uma contribuição gigantesca no meu processo de autoanálise e sendo porta de entrada para o entendimento das minhas questões estruturais.

Sempre fui muito combativa e isso me causa angústia hoje por não saber outro forma de buscar de reconhecimento e de validação do meu eu. Mais doloroso ainda é finalmente entender que a única validação e reconhecimento que eu preciso é o próprio. É um movimento de combativas familiares, onde cresci inserida em uma família matriarcal, e não preciso citar os enfrentamentos “naturais” de todas as mulheres da minha família crescidas em uma sociedade patriarcal, que fica muito claro que não é só a mim que fere e derruba vendo os enfrentamentos e dificuldades diárias.

Me pego tentando me inserir e rebuscar modos de estar presente na vida de outros incansavelmente. A análise da semana me proporcionou uma reflexão sobre o que eu espero das minhas relações familiares e amorosas… As tentativas de construção de relações sempre foram conturbadas e dolorosas desde que me entendo por gente. E talvez, seja a hora de mudar a figura de construção de relações impressas na minha psique.

Ora ou outra, me vejo teorizando e academizando minhas vivências e não sei até onde isso pode ser nocivo, pois sei que não adianta saber teoria se não poderei aplicar na minha própria vida para resolver minhas próprias questões… Mas eu não consigo mais parar (por enquanto…), quando vejo já justifiquei e analisei toda a minha questão e isso me causa uma angústia inimaginável, tal qual dança com a minha necessidade de reconhecimento e fazer parte dos planos de alguém.

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Written by neurose y palavras.

escrevo como quem manda cartas de amor.

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