dia de sol.

neurose y palavras.
2 min readMay 26, 2021

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Hoje tá fazendo sol.

Depois de alguns dias nublados, corri pro sol quando vi que ele tinha chego na ponta da varanda. Arrastei uma cadeira estilo espreguiçadeira de madeira e fiquei sentada sentindo o sol esquentar minha pele por 20 minutos.

Depois de alguns dias vivendo com a bateria no limite do descarregamento, eu recarreguei com energia solar.

Hoje, o dia pedia um banho de cachoeira, um beck e afetos selecionado nos dedos. Depois uma larica, uma ida à biblioteca da faculdade buscar um livro qualquer de psicanálise e voltar pra casa sem ver aula só pra dormir lendo o livro e falando repetidas vezes: “caralho, como eu sou burra.”

Hoje, o sol recompos minhas energias, mas trouxe juntinho do calor a saudade quente e ardente. Trouxe a saudade das coisas que um vírus me tomou.

A saudade do abraço, do cheiro no cangote e da risadinha sem vergonha da bisavó.

A saudade de ver as aulas da faculdade de mãos dadas com a Tácia e com a cabeça apoiada no ombro dela e dizendo: “amiga do céu, preciso estudar mais olha isso…”

Deu saudade de comer pastel de palmito com queijo na frente da faculdade e da bananinha doce frita.

Deu saudade de fazer análise crítica de fatos cotidianos com a Juliana, rir até doer a barriga e depois chorar dizendo quanto eu a amo e sou grata por tê-la comigo e que ela sempre poderá contar comigo.

Deu saudade de abraçar todes es amiges e me sentir recarregada com a energia de afeto.

O sol trouxe o carinho na pele que eu estava precisando desde ontem de manhã: esquentar meu pé, meu ventre e meu peito. Me sentia fria, cansada e flertando pesado com o desistir desse processo difícil que ando enfrentando. Mas o sol trouxe energias para que eu possa enfrentar tudo isso de cabeça erguida, caindo, levantando, rindo e chorando esse processo de adaptação para buscar o melhor caminho para mim mesma.

A energia da lua cheia andou mexendo comigo antes mesmo da sua chegada. Tô sentindo tudo muito. Muito cansada, muito nervosa, muito estressada, muito faminta, muito chorosa, muito dengosa… Não consigo mais ignorar ou fingir que não ligo e nem sinto os eventos que não carecem de explicações em mim. Eu sinto e tô aprendendo a lidar com tudo isso.

E hoje, sol me relembrou do porque estar trilhando esse caminho… porque eu gosto mesmo é de viver e de ser feliz, mas pra isso, eu preciso estar curada.

Tá doendo, mas tá curando.

É um dia de cada vez, um passo de cada vez.

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Written by neurose y palavras.

escrevo como quem manda cartas de amor.

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