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Janaína.

sou feita de água
salgada
da casa de minha mãe
o lugar certo para ser feita de líquidos
tenho sentido falta do carinho
que deixa a pele salgada

saudosista do abraço-descarrego
é lar
na mansidão de Iemanjá
limpa meu peito da angústia
equilibra minhas energias
y
retira as mazelas mundanas

revolta e impulsiva
uma mansidão
uma abraço aquoso
aquela não se prende
nem se tranca
nem se manda
nem me amedronta
tal qual as águas de minha mãe

no ventre
carrego a força de parir
meus filhos
minha arte
minha força
y
a mim mesma

do abebé das mãos de minha Mãe
enxergo a brandura
naquilo que me tornei
quando deitei em seu colo

do olhar de águas transparentes
me refiz a partir
dos olhos doces
de Odoyá

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neurose y palavras.
neurose y palavras.

Written by neurose y palavras.

escrevo como quem manda cartas de amor.

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