entre o ir e vir.
a boca encontrando a nuca
entre beijo e lambidas
meus pelos se arrepiam
e me entrego ao prazer
tirando os tecidos
que cobrem
meu corpo
a boca quente e molhada
percorre meu corpo inteiro
entre gemidos e sorrisos
começo a pensar freneticamente
qual é o sentido desse encontro
cada vez mais encaixado,
mais delicioso
meu corpo se arrepia
enquanto nossas línguas
se encontram num frenesi
você encaixa em mim
minha respiração pesa
e solto um gemido de alívio
procuro sua boca
te entrego meu tesão, meu amor
minha luxúria num quarto escuro
eu adoro como fico entregue
como você atravessa minha fortaleza
sorrindo, você entrou no meu coração
sussurrou no meu ouvido que sou sua
e que você me ama
baixei todos os alertas
em cada encruzilhada do meu corpo
ressoa uma gargalhada do nosso encontro
adoro como nossos desejos se conectam
o cheiro que sua pele exala quando me toca
como o brilho dos teus olhos se intensificam
no escuro de um quarto
quando me enxergam sentindo prazer
adoro como tua boca procura a minha
na linha tênue do desespero e do amor
baixei as guardas
você atravessou minhas fronteiras
sem violência, sem descaso
manso e com o dom da palavra
me derreteu ao se apresentar
me toma para si num ato impensado
de ser o que somos no silêncio
e no meio dos nossos
como diz oproprio:
você invade as minhas artérias
não, torna as feridas belas
me apresentando a visão do seu mundo
e você ainda me pergunta:
"como é que você me aguenta?"
é que nas confidências noturnas
em meio a sua embriaguez
você se mostra amante da vida,
apesar de ser entusiasta da vida breve,
amante de mim
amante de nós
me beija a testa e relaxa as fronteiras,
que estão cada vez mais frouxas sem
o auxílio etílico para que eu possa
passear entre as pontes feitas
pouco a pouco
do nosso encontro
de almas pegas desprevenidas
num ato corajoso de amar nas quinzenas.