e se todo dia fosse a primeira vez?

neurose y palavras.
2 min readAug 9, 2021

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Será que continuaríamos empolgados um com o outro? Ou a gente enjoaria com mais facilidade?

Será que teríamos energia como o Henry teve para (re)conquistar a Lucy todos os dias? Ou será que alguém desistiria primeiro?

Será que conseguiríamos sustentar a energia de nova relação? Por quanto tempo? Ou nos acostumaríamos que todo dia seria a primeira vez e a mesmice viria antes do tempo?

Será que eu bancaria o desejo de conquista diária e conseguiria manter a chama do novo como brasa quente sem levantar fogo arrasador da paixão que performa idealização? Ou só abafaria e seguiria a vida para que ninguém sofresse como a Lucy fez quando sentia cerceando o desejo de explorar do Henry?

O que circunda essas questões levantadas ao assistir Como se fosse a primeira vez, pela enésima vez seria: se a gente se lembrasse diariamente do quanto o outro nos faz bem e o tanto de coisa gostosa que já foi vivido juntes, talvez mas só talvez, a gente não se afogasse na mesmice do batidão diário, né? Porque a gente se prenderia no que foi gostoso desde o início e não tanto nas dificuldades diárias da crua realidade. Ou talvez seríamos salvos da rotina porque poderíamos fazer uma nova interpretação de tudo dia após dia.

Mas pensando em todos os questionamentos escritos aqui depois de digerir um pouco melhor as informações recebidas no dia que vi o filme, volto hoje com uma visão diferente e menos idealizada. Viver buscando horizontalizar e amar pessoas reais é gostoso e difícil na mesma medida. Porém, mais trabalhoso ainda é se amar e se acolher quando se vê no espelho o real de si mesmo.

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Written by neurose y palavras.

escrevo como quem manda cartas de amor.

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