dia.
hoje é um daqueles dias que bate pesado.
dia de peito pesado com lembrança dolorida
dia de monstros devidamente montados na minha costa
tem vários outros dias que eu os convido e a gente até que encontrou um caminho pra lidar bem um com o outro
afinal sempre nos acompanharemos… até o fim
o coração se amiuda, a dormência aparece, o choro arrebentou as represas e escorre… molhando roupa, travesseiro, lençol, entupindo o nariz e ardendo os zóin
o sol quente durante a lavagem da varanda me fez lembrar que apesar do frio e da dor cutucando aqui, eu encontrei luz e calor
e aprendi a focar a luz no lugar da escuridão pra relembrar que esse medo não é mais tão grande assim, eu já o conheço
as dores vão se esvaindo e voltando a se acomodar no colo dos monstros
eles continuam me assustando, mas agora é por bem menos tempo do que costumava ser
só que eu não lembrava é da dor física que surge quando calha do monstro tomar uma forma maior do que ele realmente é
tem sido tempos desafiadores e prato cheio para desestabilizar o que eu já organizei minimamente aqui por dentro
e por incrível que pareça, não deixo bagunçar tudo de novo
custou muito olhar, aprender a acolher e a cuidar…
o monstro não me paralisa mais, mas a indiferença e o ignorar, esse dói e castiga sim
a urgência da demanda para que eu mude uma ou outra coisa, me sufoca e eu olho pro portão com uma vontade de sair correndo para nunca mais voltar.