buraco.
eu vejo um buraco bem grande
e você está dentro dele.
eu passei, acenei e observei
perguntei de você queria sair dele
e você disse que não sabia como
me ofereci pra te ajudar a sair
uma corda ou uma escada
não chegou até onde você estava.
corri e busquei amarrar uma corda na outra
chegou na altura do seu umbigo
você segurou e
eu fiz força daqui de cima pra te trazer pra cá
pra você ver como a vista é bonita daqui.
você fez força pra baixo e me puxou
eu caí dentro do buraco e lá você me amou, me limpou as feridas, me impulsionou pra sair de dentro do buraco
mas como que sai?
se você soubesse, eu não teria te encontrado nele, né?
busquei formas de sair e comecei a sair, levitando. apesar de pesada, eu consegui desamarrar coisas e deixar fluir. foi desejar, executar e sentir a força dos ventos.
quando cheguei na metade, estendi a mão pra você subir comigo…
você me puxou de novo pra baixo, me sorriu com lágrimas nos olhos e disse que me amava, mas não poderia sair dali e disse que é a sua casa.
e se eu soltar da tua mão e sair do teu buraco, a gente ainda vai ter história pra contar, riso pra rir e cama pra dividir?
no fim das contas é a sua casa, mas não é a minha…