brasa.
tenho uma mania feia de apostar muitas fichas em quem vai me enrolar, quem vai sumir, quem vai inventar mil desculpas pra sabe-se lá quando voltar fingindo que tá tudo certo. eu faço isso, né?! que irônico… karma is a bitch!
uma mania velha esquisita de sorrir mostrando todos os dentes e escancarando o meu coração na mesma movimentação de músculos da face. livre, liberta das amarras coloniais-monogamicas e tão compreensiva… mas é até que ponto? ou é só carência de fim de ano?
às vezes, me pergunto se todo o esforço tem valido à pena… sabe, é tão difícil ser adulta e o processo de se libertar das amarras é sempre bem dolorido, mas sério mesmo que precisa ser tão sozinha assim?!
aliás, nunca é sozinha, né?! mas tenho outra mania velha feia de me esconder do mundo quando a vida e todos os acontecimentos de um ano inteiro de tomada de decisões e mudanças me atropelam.
eu saio de cena, me escondo em baixo de cobertas, blackout fechado e o audiovisual torando, lágrimas rolando e agora podendo estar acompanhada de um vinho qualquer que tenha dentro da geladeira sem que eu precise perder partes de mim, literalmente.
mania velha feia de acreditar que o mundo vai me dar aquilo que eu dou, que me recompensará da forma mais sucinta e transparente possível de que dar amor é receber amor sem joguinho, sem sumiço, sem agonia e sem sufoco. ai eu me pergunto se é eu que sou afobada ou se é o mundo segue numa caretice sem tamanho? pô, que saco!
me pergunto crise de quase 30 ou se é o meu sintoma se reacomodando depois de ter pego ele na curva do lobo, eu o venci e fiquei quase que 3 meses sem falar, lembrar e/ou revisitar este caralho.
virei a esquina no sábado passado e ele me pegou na curva depois que arrastei minha sandália e ele foi mais esperto do que eu dessa vez.
tantas perguntas, tantas reflexões, tanto cansaço maquiado de novo mas segue sendo o mesmo do mesmo e 2024 ainda tá acontecendo…
“dia da caça, do caçador. dia da mata, do matador…”