avaliação atitudinal.
Acabei de fazer uma avaliação atitudinal para disciplina de Psicopatologia. E confesso que nunca fui boa com autoavaliação.
Foi difícil conseguir escrever 5 linhas sem querer gritar que eu tô pirando. Escrevi. Apaguei. Escrevi de novo. Apaguei tudo e queria desistir de escrever por estar sentindo demais e raciocinando de menos.
Eu sempre senti demais e sempre fiz questão de mostrar que eu sinto, mas passei a me movimentar diferente quando entrei na Psicologia e iniciei o processo terapêutico. Comecei a enxergar que tinha muita gente do meu lado sofrendo e que também precisavam de acolhimento, como eu precisei e continuo precisando.
Escrever sobre meu aproveitamento, desempenho e participação para com a Psicopatologia, poderia ter sido muito melhor e mais proveitoso, já que tenho grande interesse em como funcionam os transtornos. Mas não consegui, sabe!?
Nessa avaliação atitudinal eu me peguei pensando nessas réguas opressoras de medição: você precisa ter essa nota, você tem a obrigação de ser sempre a melhor, blábláblá… E no final, se você se mede tanto por essas réguas, você nunca é bom o suficiente pra absolutamente nada!!!
Eu me cansei de escrever 5 linhas sem querer parecer que eu tô pirando nessa quarentena, com as aulas remotas, com o tempo que não tenho pra estudar, com a dor de cabeça que acordo todos os dias, com o não conseguir dormir de madrugada e dormir só 4 horas por dia… Escrevi numa tentativa de ser a mais técnica e mais rápida possível, mas olhei pro texto ridículo e me perguntei: eu tô querendo mentindo pra quem???
Falei sobre minhas dificuldades de atenção, dos problemas de conexão com a internet, falei que não consigo ter tempo de estudar e me dedicar se eu tô sendo professora e mãe em tempo integral… Mas finalizei com a esperança de uma melhora e uma dedicação na próxima parcial. Não precisa nem cavar tanto pra achar que nem eu acredito isso.
Ao contrário dessa avaliação atitudinal, hoje meu dia foi mais tranquilo do que achei que seria. Dormi às 5h da manhã, acordei 11:30h e fui direto pro fogão cozinhar e, saiu o almoço vegetariano mais colorido e mais leve de toda essa quarentena. O clima tá incrível, passei boa parte da minha tarde sentada na rede e com frio por conta do vento gelado… Foi interessante e prazeroso… Parece que finalmente ando encontrando períodos de descanso, mesmo que por pouco tempo, mas tem sido essencial para colocar as ideias em ordem.
O que eu quero dizer é que eu aceitei que não tá dando pra planejar os dias, me cobrar e avaliar tudo que eu faço ou deixei de fazer como nessa avaliação atitudinal e tudo bem por isso…
Como diz meu namorado: Carpe diem, xoxo!