a fluidez de ser eu.

Às vezes eu sinto como se eu fosse uma vasilha bem grande que comporta muita água da chuva pra aguar as plantas em dias extremamente ensolarados.

Outras vezes eu sinto que sou um potinho bem pequeno daqueles que a gente é habituado a ver quando pede glitter na papelaria.

Outrora, sinto que sou uma piscina natural onde as pessoas chegam até as águas que eu guardo para experimentarem e observarem a quantidade de afetos que eu carrego em mim. Só precisa ter cuidado que às vezes, a pedra no fundo da piscina tá lisa e pode ser que você escorregue e rale o joelho. Por tanto, cuidado onde pisa.

Outras vezes, me sinto metade de um copo d'água, dependendo de como eu esteja me sentindo, eu posso ver meio cheio ou meio vazio.

Outras vezes, eu sou só um pingo de chuva que cai numa calçada que passou o dia todo pegando sol. Eu respingo e evaporo instantes depois. Mas eu passei por ali.

Outras vezes sou silenciosa e pura, como as águas da nascente de um rio que ninguém nunca saberá de fato o que carrego no fundo do rio que eu me tornei depois de tanto andar, escorrer, arrastar e enlarguecer.